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Procuramos investir num conjunto de negócios excecionais que conseguem capitalizar lucros ao longo de períodos alargados. Temos a convicção que um negócio de elevada qualidade é sustentado por três pilares fundamentais:
1. Vantagens competitivas duradouras,
2. Uma equipa de gestão com provas dadas,
3. Ventos favoráveis ao crescimento estrutural.
É importante que estes negócios sejam suportados por balanços sólidos que lhes deem a flexibilidade e a capacidade para reinvestir ao longo do ciclo económico. Procuramos comprá-los quando cotam a preços sensatos.
A qualidade do negócio e o preço a que o compramos - face à nossa estimativa de valor intrínseco - são a margem de segurança com que procuramos gerir o dinheiro dos nossos Clientes e o nosso.
Este artigo vai focar-se no primeiro dos três pilares que sustentam os negócios de elevada qualidade que procuramos:
Vantagens Competitivas
Uma vantagem competitiva é uma característica específica que ajuda a proteger a empresa da concorrência. Ter uma vantagem competitiva significa que uma empresa tem um modelo de negócio superior aos seus concorrentes, o que deverá permitir-lhe conseguir retornos elevados durante muitos anos.
Warren Buffett compara isto a ter um fosso económico.
Na idade média, construíam-se fossos à volta dos castelos, que atuavam como uma linha física de defesa para os proteger de ataques inimigos. No mundo dos negócios, o fosso económico ajuda a proteger o negócio da concorrência. Sem um fosso competitivo, as forças do capitalismo eventualmente conseguiriam erodir o excesso de retornos.
"Nos negócios, procuro castelos económicos protegidos por fossos inexpugnáveis"
Warren Buffett
POR QUE RAZÃO SÃO OS FOSSOS Económicos IMPORTANTES?
Ter uma vantagem competitiva proporciona um elemento de durabilidade a um negócio, o que permite que ele prospere independentemente do ambiente económico. Diversas empresas construíram marcas fortes que passaram o teste do tempo e prosperam no mercado global e, ao longo da sua história, repeliram a concorrência, conseguindo manter a liderança no seu setor ou indústria.
O segredo do sucesso destas empresas é a sua capacidade de reinvestir os lucros a elevadas taxas de retorno ao longo de períodos alargados.
Ao longo do tempo, isto faz crescer o valor intrínseco do negócio. Porquê? Uma empresa que consegue gerar retornos elevados em cada euro que investe requer apenas uma reduzida quantia de capital para crescer, ao contrário de uma empresa que apenas consegue gerar retornos reduzidos nos seus investimentos. Isto significa que a primeira empresa disporá de enormes fluxos de caixa que pode distribuir aos acionistas e operar com total independência da banca.
"No longo prazo, é difícil uma ação conseguir um retorno muito melhor do que o retorno conseguido pelo negócio que lhe está subjacente. Se o negócio ganha 6% sobre o capital ao longo de 40 anos e o mantemos em carteira esses 40 anos, não vamos conseguir um retorno muito diferente dos 6% -- mesmo que o tenhamos comprado com um enorme desconto. Inversamente, se um negócio ganha 18% no seu capital ao longo de 20 ou 30 anos, mesmo que paguemos um preço aparentemente elevado, acabaremos por conseguir um ótimo resultado"
Charlie Munger
COMO IDENTIFICAR UM FOSSO COMPETITIVO?
Na nossa opinião, existem cinco fontes primárias de vantagens competitivas:
1. Efeito de rede: um produto ou serviço beneficia de um efeito de rede quando o seu valor aumenta à medida que mais pessoas utilizam esse produto ou serviço. Este fosso é particularmente visível em negócios baseados na internet.
2. Custos de mudança: por vezes é mais dispendioso para um consumidor mudar para um concorrente do que manter-se com o fornecedor original. Os custos de mudança incluem todas as despesas inerentes à mudança de fornecedor (o tempo em que o serviço não está disponível, a formação dos trabalhadores, risco de reputação, entre outros).
3. Custos baixos: algumas empresas beneficiam de uma vantagem de custo estrutural.
4. Ativos intangíveis: os ativos intangíveis incluem marcas, patentes e licenças governamentais. Uma marca torna-se um fosso económico se conseguir criar uma ligação emocional com os consumidores, aumentando a disponibilidade dos clientes para pagar mais pelos seus produtos e pela sua lealdade.
5. Tecnologia proprietária: as empresas frequentemente diferenciam os seus produtos ou serviços através de uma tecnologia superior.
Publicado originalmente no blog A Better Letter a 20 de janeiro de 2023
Manter a Perspetiva
Diz a lenda que certa vez um jovem ambicioso se encontrou na presença do lendário magnata J. Pierpont Morgan. O jovem aventurou-se a indagar a opinião de Morgan quanto ao comportamento futuro do mercado de ações. A alegada resposta tornou-se um clássico:
"Jovem, creio que o mercado vai oscilar."
Obviamente, ninguém se queixa quando os mercados oscilam para cima. São só as oscilações descendentes que trazem sofrimento.
Os mercados "oscilaram" em 2022. Manter este desempenho em perspetiva é o tema deste artigo.
2022 foi péssimo, pelo menos do ponto de vista do mercado.
A primeira sessão dos mercados de 2022 foi a 3 de janeiro e, logo ali, o S&P 500 atingiu outro máximo histórico, após 70 recordes em 2021. Na altura, era apenas mais um dia normal num rali que começou logo após a eleição de Barack Obama para presidente e continuou, na maior parte do tempo, inabalável, durante mais de uma década.
No fim de contas, aquela segunda-feira, dia de abertura de 2022, foi um ponto de viragem. O S&P 500 tinha subido mais de 600% desde março de 2009. Durante esse período, os investidores foram generosamente recompensados por investir em ações.
Não mais.
O primeiro dia de negociação em 2022 foi o melhor dia de 2022. As ações não regressaram ainda a este nível. Foi o máximo do ano no S&P. Foi o máximo do ano no NASDAQ.
Dois dias depois, a 5 de janeiro, a Reserva Federal divulgou as atas da reunião anterior, que revelou que os banqueiros centrais estavam tão preocupados com a inflação que ponderavam acelerar o ritmo de subida das taxas de juro.
Os mercados receberam mal a notícia e o recuo subsequente foi o precursor do resto do ano. Foi sempre a descer a partir desse ponto. A reação atingiu todos, em todo o lado, ao mesmo tempo. E esta não foi a única má notícia.
A primeira grande guerra na Europa desde os anos 90, sanções sem precedentes, caos no preço da energia, cadeias de fornecimento emaranhadas, mais um ano de Covid, resgates, taxas de juros globais a subir ao ritmo mais rápido em quatro décadas, o pior mercado de obrigações de todos os tempos, uma economia chinesa vacilante, um economia americana superaquecida, os mercados imobiliários efervescentes em todo o mundo rico e uma explosão nas cripto, tudo contribuiu para um péssimo ano no mercado de ações.
Mais importante, talvez, os últimos 12 meses marcaram uma mudança geracional para os mercados financeiros, já que o Fed subiu repetidamente as taxas de juros para tentar conter a inflação mais elevada das últimas quatro décadas. Os esforços do Fed parecem estar a funcionar, embora não tão rapidamente ou acertadamente como o desejado. No entanto, as ações agressivas do Fed para desacelerar a economia dos EUA, a maior do mundo, não deixaram de ter consequências em toda a parte.
A carteira padrão 60:40 (60% S&P 500: 40% Bilhetes do Tesouro a 10 anos), a principal referência para investidores individuais desde há muito tempo, caiu 17,5% em 2022, já que ambos os componentes sofreram enormes recuos.
Após três anos de ganhos consecutivos, em 2022 o S&P 500 perdeu 18,11% - apesar de um ganho de 7,56% no 4º trimestre. De acordo com a Morningstar, o fundo de ações médio dos EUA terminou 2022 com uma queda de aproximadamente 17%, o fundo médio de valor caiu cerca de 6% e os fundos de crescimento caíram em média quase 30%.
As ações estrangeiras não foram imunes às consequências macroeconómicas causadas pelas dificuldades nos mercados americanos.
Custos de crédito mais altos significam lucros menores para as empresas. Espera-se que os lucros das empresas do S&P 500 tenham crescido 5,1% em 2022, bem abaixo do aumento médio anual de 8,5% dos últimos 10 anos, de acordo com o FactSet. Excluindo a energia, os lucros do S&P 500 teriam caído 1,8% este ano.
Lucros médios a miseráveis fizeram com que as ações caíssem acentuadamente ao longo do ano. Os mercados globais de ações perderam 33 triliões de dólares de capitalização desde os máximos. Este problema atingiu especialmente as empresas de tecnologia, cujo enorme crescimento foi em grande parte alimentado por taxas de juros baixíssimas.
Mais especificamente, as ações das "big tech" tiveram um péssimo ano em 2022. Por exemplo, a Tesla caiu 65%, o pior desempenho anual desde que a empresa começou a cotar em 2010 e este foi apenas o segundo ano em que as ações se desvalorizaram. O CEO da Tesla, Elon Musk, perdeu mais de 200 biliões de dólares em património líquido. Talvez ainda pior, Musk comprou o Twitter.
À medida que os investidores perdiam dinheiro no mercado de ações e as famílias enfrentavam os custos crescentes da inflação, outros mercados mais especulativos também perdiam gás. Alguns absurdos flagrantes proclamavam que algo estava mal. Um iate virtual foi vendido no metaverso de um jogo online por 650.000 dólares, transações imobiliárias virtuais no metaverso totalizaram mais de 500 milhões de dólares e uma bolsa Gucci digital foi vendida no metaverso por 4.000 dólares, mais do que uma real.
Isto não poderia durar... e não durou.
O preço da Bitcoin, a criptomoeda mais conhecida, caiu 65%, e as chamadas meme stocks como a GameStop (-50%) e a AMC Entertainment (-85%) caíram ao longo do ano.
Ainda assim, a economia dos EUA permaneceu resiliente, especialmente em comparação com o resto do mundo. A Europa enfrentava uma crise energética. A China vacilou (-23%) por entre confinamentos relacionados com o Covid-19. A força relativa dos Estados Unidos tornou-o um lugar mais seguro para os investidores globais investirem o seu dinheiro, e o influxo de dinheiro ajudou a fazer subir o dólar. Em 2022, pela primeira vez em 20 anos, o dólar valia mais que o euro.
Um relatório inesperadamente negativo que mostrava um colapso no sentimento do consumidor poucos dias antes de uma reunião do banco central ajudou a enviar o S&P 500 para um bear market, definido como uma queda de pelo menos 20% em relação ao máximo anterior - neste caso, 3 de janeiro de 2022.
O Fed já tinha subido as taxas de juros duas vezes, num total de 0,75 pontos percentuais - tanto quanto o banco central tinha previsto ser necessário para todo o ano - e preparava-se para outra subida de taxa, que se esperava ser de 0,5 pontos percentuais. Em vez disso, o Fed subiu 0,75 pontos percentual, pela primeira vez em quase três décadas, sinalizando os riscos atribuídos ao aumento da inflação.
Mesmo assim, este eventos turbulentos levaram alguns traders a pensar que o pior já tinha passado. Em julho, quando as apresentações de lucros das empresas do segundo trimestre começaram a ser melhores que o esperado, o mercado de ações recuperou. De meados de junho a meados de agosto, o S&P 500 subiu 17,4%.
Este rali não foi sustentável.
O presidente do Fed, Jerome Powell, alertou os investidores em agosto de que o combate contra a inflação estava longe de terminar e que as taxas de juros teriam de subir consideravelmente mais. Os mercados de ações entenderam a mensagem e o S&P 500 atingiu novo mínimo em outubro.
Ainda assim, quando a inflação começou a moderar, as ações recuperaram dos mínimos. O S&P subiu 7,56% desde outubro até ao final do ano.
2022 encerrou um período de 40 anos de taxas de juros cada vez mais baixas que tornaram os empréstimos baratos e encorajaram o risco - nas ações, nos mercados de dívida, nos imóveis e até mesmo em criptomoedas - na procura de retornos lucrativos. TINA ("Não há alternativa") está morta.
Em 2022, o S&P 500 teve o seu pior desempenho anual desde 2008. As ações tecnológicas foram especialmente atingidas. O crédito já não é barato. As obrigações foram massacradas. Gigantes de criptomoedas como a FTX entraram em colapso.
Resumindo: 2022 foi um péssimo ano para os mercados. Pelo menos a energia funcionou bem.
No entanto, é preciso introduzir aqui algum contexto. Ir do ponto A ao ponto B é quase sempre mais confuso do que esperamos. Quedas - como as que vimos em 2022 - são o custo de retornos muito mais elevados que as ações oferecem ao longo do tempo, em comparação com outras oportunidades de investimento.
Há muito tempo, Sir Isaac Newton descobriu as Três Leis do movimento, que foram obra de um génio. Mas os talentos de Newton não se estendiam ao investimentos. Ele perdeu uma fortuna na Bolha dos Mares do Sul, e justificou-se mais tarde: "Consigo calcular o movimento das estrelas, mas não a loucura dos homens". Se não tivesse ficado tão traumatizado com essa perda, Newton poderia muito bem ter descoberto a Quarta Lei, formulada por Warren Buffett.
"Para os investidores, os retornos diminuem à medida que a atividade aumenta."
É por isto que, pelo menos até agora, investir valeu sempre a pena no longo prazo; 2022 foi feio, mas, no longo prazo, foi completamente normal.
No passado dia 25 de fevereiro, Warren Buffett publicou a habitual carta anual aos acionistas da Berkshire Hathaway. Partilhamos abaixo os excertos, na nossa opinião, mais importantes.
Carta aos acionistas da Berkshire
Aos acionistas da Berkshire Hathaway Inc.
O que fazemos
Charlie e eu alocamos as vossas poupanças na Berkshire em duas formas relacionadas de propriedade. Primeiro, investimos em negócios que controlamos, habitualmente comprando 100% de cada um deles. A Berkshire controla a alocação de capital nestas subsidiárias e seleciona os CEO's que tomam as decisões operacionais do dia a dia.
Quando se gerem empresas grandes, a confiança e as regras são essenciais. A Berkshire enfatiza a primeira das duas de uma forma pouco habitual - alguns diriam extrema. As desilusões são inevitáveis. Somos compreensíveis com os erros no negócio; a nossa tolerância para com a má conduta pessoal é zero.
Na nossa segunda categoria de propriedade, compramos ações cotadas através das quais possuímos passivamente fatias de negócios. Mantendo estes negócios, não temos qualquer palavra na gestão. O nosso objetivo, em ambas as formas de propriedade, é fazer investimentos significativos em negócios com características económicas de longo prazo favoráveis e gestores fiáveis.
Por favor, notem com particular atenção que investimos em ações cotadas com base nas nossas expectativas acerca da performance de longo prazo dos seus negócios, e não porque as vemos como veículos para compras e vendas rápidas. Este ponto é crucial: Charlie e eu não escolhemos ações, escolhemos negócios.
Ao longo dos anos, cometi muitos erros. Portanto, a nossa extensa coleção de negócios consiste atualmente de alguma empresas que têm fundamentos económicos verdadeiramente extraordinários, muitas que beneficiam de características económicas muito boas e um enorme grupo que são marginais. Ao longo do caminho, outros negócios em que investi morreram, os seus produtos indesejados pelo público. O capitalismo tem duas faces: o sistema cria uma pilha cada vez maior de perdedores e, simultaneamente, uma fonte jorrante de bens e serviços cada vez melhores. Schumpeter chamou a este fenómeno, "destruição criativa".
Uma vantagem do nosso segmento de empresas cotadas é que - episodicamente - torna-se fácil comprar fatias de negócios maravilhosos a preços maravilhosos. É crucial entender que as ações frequentemente transacionam a preços verdadeiramente estúpidos, tanto para cima como para baixo. Os mercados "eficientes" só existem nos livros universitários. Na verdade, as ações e obrigações cotadas são desconcertantes, com o seu comportamento compreensível apenas em retrospetiva.
Os negócios controlados a 100% são um animal diferente. Por vezes têm preços ridiculamente mais elevados do que o justificariam e quase nunca estão a preços de saldo. Exceto em momentos de graves dificuldades, o dono de uma empresa nem pensa em vender a preços de pânico do mercado.
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Nesta altura, é apropriado fazer uma autoavaliação. Nos 58 anos que estou à frente da Berkshire, a maioria das minhas decisões de alocação de capital não foram melhores que medianas. Nalguns casos, também, más decisões da minha parte foram salvas por enormes doses de sorte. (Lembram-se dos casos USAir e Salomon? Eu lembro-me claramente.)
Os nossos satisfatórios resultados são o produto de cerca de uma dúzia de decisões verdadeiramente boas - isto significa, uma a cada cinco anos - e de uma vantagem muitas vezes esquecida que favorece os investidores de longo prazo como a Berkshire. Vamos dar uma espreitadela por trás da cortina.
A receita secreta
Em agosto de 1994 - sim, 1994 - a Berkshire terminou, ao fim de sete anos, as compras dos 400 milhões de ações da Coca-Cola que temos hoje. O custo total foi de 1,3 biliões do dólares - nessa altura uma quantia significativa na Berkshire.
O dividendo que recebemos da Coke em 1994 foi de 75 milhões de dólares. Em 2022, o dividendo tinha aumentado para 704 milhões de dólares. O crescimento ocorreu todos os anos, tão certo como os aniversários. A única coisa que eu e o Charlie tínhamos de fazer era levantar os cheques dos dividendos trimestrais da Coke. Esperamos que esses cheques continuem a crescer.
A história da American Express é similar. As compras da Amex pela Berkshire terminaram em 1995 e, coincidentemente, o custo total foi também de 1,3 biliões de dólares. Os dividendos anuais recebidos deste investimento cresceram de 41 para 302 milhões de dólares. Estes cheques, também esperamos que continuem a crescer.
Estes ganhos em dividendos, embora agradáveis, estão longe de serem espetaculares. Mas trazem com eles ganhos importantes no preço das ações. No final do ano de 2022, o nosso investimento na Coca-Cola valia 25 biliões de dólares e na Amex 22 biliões de dólares. Cada posição representa cerca de 5% do valor líquido da Berkshire.
Assumam, por um momento, que tinha cometido um erro de magnitude similar nos anos 90, um investimento estagnado que apenas manteve o valor de 1,3 biliões de dólares até 2022. (Um exemplo poderia ser uma obrigação AAA a 30 anos.) Este investimento desapontante representaria agora uns insignificantes 0,3% do valor líquido da Berkshire e entregar-nos-ia uns constantes 80 milhões de dólares de rendimento anual.
A lição para os investidores: As ervas daninhas definham, mas as flores florescem. Com o tempo, bastam apenas alguns vencedores para fazer maravilhas. E, sim, ajuda começar cedo e viver até aos 90.
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Em 2022, ocorreu um pequeno ganho no valor intrínseco por ação devido às recompras de ações na Berkshire assim como devido a movimentos similares na Apple e American Express, ambas posições significativas no nosso portfólio. Na Berkshire, aumentamos diretamente a posição dos nossos acionistas na nossa singular coleção de negócios ao recomprar 1,2% das ações da empresa. Na Apple e Amex, as recompras de ações aumentaram um pouco a posição da Berkshire sem qualquer custo para nós.
A matemática não é complicada: Quando o número de ações diminui, a vossa posição nos nossos inúmeros negócios aumenta. Cada pequeno bocadinho ajuda se as recompras forem feitas a preços que adicionem valor. Se uma empresa paga a mais pelas recompras, os acionistas perdem. Nessas alturas, os ganhos fluem apenas para os acionistas que vendem as ações e para o amistoso, mas dispendioso, banqueiro que recomendou as compras.
Os ganhos conseguidos com as recompras que adicionam valor, devemos enfatizar, beneficiam todos os acionistas - em todos os respeitos. Imaginem três acionistas bem informados de um stand de automóveis, um dos quais gere o negócio. Imaginem também que um dos donos passivos deseja vender a sua cota à empresa a um preço atraente para os restantes dois acionistas. Quando finalizada, esta operação prejudicou alguém? O gestor foi de alguma forma favorecido relativamente aos outros dois acionistas? O público foi prejudicado?
Quando nos dizem que todas as recompras são prejudiciais para todos os acionistas, ou para o país, ou particularmente benéficas para os CEO's, estamos a ouvir alguém economicamente iletrado ou um demagogo com língua de prata (personagens que não são mutuamente exclusivas).
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Tentamos evitar comportamentos que possam resultar em necessidade de dinheiro em alturas inconvenientes, incluindo pânicos financeiros ou perdas de seguros sem precedentes. O nosso CEO será sempre o Chief Risk Officer - uma tarefa que é irresponsável delegar. Adicionalmente, o nosso CEO terá sempre uma parte significativa da fortuna pessoal investida em ações da Berkshire, compradas com o próprio dinheiro. E sim, os nossos acionistas continuarão a poupar e a prosperar com os lucros retidos.
Na Berkshire, não há linha da meta.
Nada bate ter um grande sócio
Charlie e eu pensamos de forma semelhante. Mas, o que me leva a mim um página a explicar, Charlie resume numa frase. Eis alguns dos seus pensamentos:
- O mundo está repleto de jogadores e eles nunca terão tão bons resultados como o investidor paciente.
- Se não vês o mundo da forma que ele é, é como avaliar alguma coisa com uma lente distorcida.
- Só quero saber onde vou morrer para nunca lá ir.
- Escreve o obituário que desejas - e depois comporta-te de acordo com ele.
- Se não te importas se és racional ou não, não vais fazer nada quanto a isso. Vais continuar irracional e conseguir resultados péssimos.
- A paciência pode ser aprendida. Ter a capacidade de nos concentrarmos numa muito tempo é uma vantagem.
- Podemos aprender muito com os mortos. Lê os mortos que admiras e detestas.
- Não fujas num barco a afundar-se se conseguires nadar para um capaz de atravessar oceanos.
- Uma grande empresa continua a trabalhar para ti; uma medíocre não.
- Warren e eu não nos preocupamos com a espuma do mercado. Procuramos bons investimentos a longo prazo e teimosamente mantemo-los em carteira muito tempo.
- Ben Graham disse. "No dia a dia, o mercado de ações é uma máquina de votar; no longo prazo, é uma balança." Se continuares a tornar algo mais valioso, então alguém inteligente vai notar e começar a comprar.
- No investimento, não existem coisas 100% seguras. Assim, o uso de alavancagem é perigoso. Uma fila de números maravilhosos multiplicado por zero será sempre zero. Não contes ficar rico duas vezes.
- Contudo, não tens que ter muita coisa para ficar rico.
- Tens que continuar a aprender se queres ser um grande investidor. Quando o mundo muda, tens que mudar.
- Warren e eu detestámos ações de caminhos de ferro durante décadas, mas o mundo mudou e finalmente o país tinha quatro enormes linhas ferroviárias de importância vital para a economia americana. Fomos lentos a reconhecer a mudança, mas mais vale tarde que nunca.
Finalmente, adiciono duas curtas frases de Charlie que, durante décadas, acabaram com discussões: "Warren, pensa nisso mais um pouco. Tu és esperto e eu tenho razão."
Publicado originalmente em 13 de dezembro de 2022 por Ben Carlson no blog A Wealth of Common Sense
Com que frequência é que o mercado cai em anos consecutivos?
A menos que aconteça um milagre de Natal, o mercado de ações dos EUA terminará o ano com uma queda de dois dígitos.
Se este recuo persistir, será a 12ª vez nos últimos 95 anos que isto acontece.
Portanto, estas quedas são relativamente raras, mas não completamente fora do leque de possibilidades.
Não há nada de especial nestas contabilidades de final de ano. Os ciclos económicos não morrem a 31 de dezembro e renascem a cada ano a 1 de janeiro.
E também não conseguimos prever o que vai acontecer num determinado ano com base no que aconteceu no ano anterior. Os mercados não são assim tão fáceis.
Desde 1928, o S&P 500, após um ano de ganhos, subiu cerca de 55% das vezes. Isto faz sentido quando consideramos que o mercado sobe 3 em cada 4 anos, em média.
Após um ano de subidas, o mercado cai 18% das vezes e após um ano de quedas o mercado sobe 18% das vezes.
Restam apenas 9% das vezes em que os mercados caem dois anos consecutivos.
Podemos constatar pelo quadro abaixo que, por vezes, as perdas se agrupam, mas não frequentemente:
Entre 1929 e 1932, verificaram-se 4 anos consecutivos de quedas. O mercado caiu 3 anos consecutivos entre 1939 e 1941. Isto apenas se voltou a repetir em 1973 e 1974.
A última vez que o mercado de ações registou uma série de anos negativos foi no bear market de 2000 a 2002, quando cada um desses anos caiu mais que o anterior.
Do ponto de vista da psicologia do investidor, um bear market prolongado é provavelmente mais difícil de tolerar do que uma queda severa que acaba em pouco tempo.
Por exemplo, a maioria dos investidores prefere que acabemos este ano com uma queda de 30% e regressemos a um bull market, do que enfrentar uma queda de 15% em 2022 e outra queda de 15% em 2023.
Suponho que o risco de isto acontecer seja uma das maiores razões pelas quais as ações têm um prémio de retorno relativamente a outras classes de ativos.
Anos consecutivos de queda no mercado de obrigações são ainda mais raros do que no mercado de ações:
Na realidade, antes dos anos consecutivos de quedas em 2021 e 2022, a única outra vez em que isto aconteceu, nas últimas nove décadas, foi em 1955-1956 e 1958-1959 (que coincidentemente foi outra altura em que as taxas subiram de um ponto de partida baixo).
Surpreendentemente, se estes níveis se mantiverem, 2022 será o pior ano para os títulos do Tesouro a 10 anos na história do mercado financeiro moderno. A única outra vez em que testemunhamos uma queda de dois dígitos na obrigação de referência do governo dos EUA foi em 2009.
Se nos quisermos concentrar no lado bom das coisas, de uma perspetiva de diversificação, nunca houve um período em que tanto as ações como as obrigações os títulos caíram em anos consecutivos ao mesmo tempo.
Não sei o que vai acontecer com as ações e as obrigações em 2023. O facto de ambas estarem a cair bastante este ano pode significar que o próximo ano será bom para os mercados financeiros.
Mas ninguém consegue prever o curto prazo. Não é impossível que os mercados tenham um punhado de anos maus consecutivos.
Na maioria das vezes, acontecem coisas boas nos mercados.
Mas às vezes também acontecem coisas más.
Para sobreviver no longo prazo, temos de nos assegurar que as nossas expetativas preveem ambos os desfechos.
Publicado no blog A Wealth of Common Sense a 17 de janeiro de 2023 por Ben Carlson
5 lições de um ano terrível para os mercados financeiros
A maior parte dos investidores provavelmente gostaria de esquecer 2022 no que diz respeito ao desempenho do mercado e seguir em frente. Foi um ano muito mau para os mercados. Mas podemos retirar algumas lições valiosas.
Aprendemos mais sobre nós próprios durante um bear market do que num bull market.
Este artigo que escrevi para a revista Fortune aborda 5 lições para investidores de 2022.
O ano passado foi um dos piores anos para os mercados financeiros na história económica moderna. As ações entraram num bear market. As obrigações, normalmente um refúgio quando as ações caem, também foram duramente atingidas.
Não foi um ano fácil para os investidores, porque não havia sítio onde se pudessem refugiar.
Eis algumas das lições mais importantes de 2022:
No curto prazo, tudo pode acontecer
É raro que as ações e as obrigações dos EUA caiam no mesmo. Na verdade, antes de 2022, isto só aconteceu três vezes desde 1928:
Tipicamente, quando o mercado de ações cai, as obrigações fornecem o lastro para o portfólio, à medida que os investidores fogem para a segurança do rendimento fixo.
No ano passado, no entanto, o recuo das ações ocorreu, em parte, devido ao que está a acontecer no mercado obrigacionista. A Reserva Federal, para combater a inflação mais elevada das últimas quatro décadas, aumentou agressivamente as taxas de juro.
Uma vez que as obrigações estavam a transacionar com yields tão baixos, as perdas foram das mais elevadas que os investidores alguma vez viram na história do mercado financeiro moderno.
O mercado de ações dos EUA caiu pouco mais de 18% em 2022, enquanto o mercado de obrigações caiu 13%. Os títulos do Tesouro de dez anos caíram mais de 15%, enquanto os títulos do governo de longo prazo caíram mais de 30%.
Portanto, esta não foi apenas a primeira vez em décadas que ações e obrigações caíram no mesmo ano, mas é a primeira vez na história que ações e obrigações registaram perdas de dois dígitos simultaneamente. Há bons motivos para afirmar que 2022 foi um dos piores anos de todos os tempos, em termos de desempenho, para as carteiras tradicionais de ações e obrigações.
2022 recordou-nos que, nos mercados tudo pode acontecer no curto prazo, até coisas que nunca aconteceram antes.
Prever o futuro é difícil
O mercado imobiliário dos EUA entrou em 2022 a ferver. No final de 2021, O Índice Nacional de Preços de Casas Case-Shiller registava uma subida anual de quase 20%.
Uma das maiores causas para o boom dos preços da habitação foi o ambiente de taxas de juros ultrabaixas que surgiu devido à pandemia. No início do ano, a taxa do crédito à habitação para um empréstimo de taxa fixa de 30 anos era apenas 3,1%. Isto não durou muito.
As taxas mais que duplicaram em 2022, atingindo os 7,1% antes de fechar o ano à volta dos 6,4%.
Muitas pessoas previram que, no ano passado, o mercado imobiliário faria uma muito necessária pausa, mas absolutamente ninguém antecipou esta vertiginosa subida das taxas do crédito à habitação em tão curto período de tempo.
2022 recordou-nos, mais uma vez, que as previsões de preços costumam ser afetadas por variáveis económicas e de mercado que a maioria das pessoas não consegue prever atempadamente.
Nada funciona para sempre
As ações tecnológicas foram as grandes vencedoras da década de 2010. Empresas como a Apple, Amazon, Microsoft, Facebook e Google tornaram-se tão grandes e dominantes que só havia uma opção -- e essa opção era comprá-las.
Há um velho ditado em Wall Street que diz que nada falha tanto como o sucesso, porque as expetativas são tão elevadas que se torna quase impossível continuar a superar o que os investidores acreditam que vai acontecer no futuro.
Em 2022, as ações tecnológicas descobriram finalmente como era lidar com expectativas tão elevadas. Algumas das maiores ações tecnológicas registaram as maiores perdas de todos os tempos:
Estas são algumas das maiores e melhores empresas do mundo, mas os preços das ações não sobem sempre.
O ano passado veio reforçar a ideia que mesmo as melhores empresas podem levar a grandes perdas se as comprarmos ao preço errado.
Grandes ganhos são normalmente acompanhados por grandes perdas
Os tempos do boom da pandemia viram vários ativos e títulos levantarem voo como foguetões com ganhos enormes. Em 2020 e no início de 2021, os investidores fizeram os preços de uma série de investimentos especulativos subir estrondosamente.
No final de 2021 e 2022, muitos desses foguetões regressaram à Terra:
Os melhores títulos dos tempos de boom são frequentemente os piores dos tempos de bust, e nos últimos dois anos, isto não foi diferente.
O ano passado voltou a recordar-nos não é possível obter grandes retornos nos mercados financeiros sem o potencial de grandes perdas.
As perdas nos mercados são inevitáveis
O ano passado foi um dos piores jamais registados no mercado de ações, mas estas perdas fazem muito mais sentido quando as encaramos no contexto dos ganhos que as precederam.
Nos três anos anteriores à perda de 18% do S&P 500 em 2022, o índice subiu 31%, 18% e 28%.
Mesmo com as perdas de 2022, o S&P 500 está a subir mais de 60% desde 2019. Isto significa retornos de 13% ao ano.
2022 recorda-nos que nunca é fácil de lidar com as crises no momento, mas se conseguimos manter uma mentalidade de longo prazo, os ganhos, eventualmente, superarão as perdas.
Procuramos investir num conjunto de negócios excecionais que conseguem capitalizar lucros ao longo de períodos alargados. Temos a convicção que um negócio de elevada qualidade é sustentado por três pilares fundamentais:
1. Vantagens competitivas duradouras,
2. Uma equipa de gestão com provas dadas,
3. Ventos favoráveis ao crescimento estrutural.
É importante que estes negócios sejam suportados por balanços sólidos que lhes deem a flexibilidade e a capacidade para reinvestir ao longo do ciclo económico. Procuramos comprá-los quando cotam a preços sensatos.
A qualidade do negócio e o preço a que o compramos - face à nossa estimativa de valor intrínseco - são a margem de segurança com que procuramos gerir o dinheiro dos nossos Clientes e o nosso.
Este artigo vai focar-se no segundo dos três pilares que sustentam a nossa filosofia de investimento:
Equipas de Gestão com provas dadas
Uma equipa de gestão excelente é frequentemente o ingrediente essencial que diferencia um negócio excecional de um medíocre. Na nossa opinião, uma equipa de gestão desempenha um papel fundamental em três áreas essenciais da empresa: Cultura: a equipa de gestão tem uma influência significativa na cultura de uma empresa.
Grandes empresas tendem a ser obcecadas pelo cliente, estimulam uma mentalidade de melhoria contínua e têm um histórico de tratar todos os stakeholders (Clientes, colaboradores, fornecedores, acionistas e, de uma forma geral, todas as partes envolvidas no negócio) de forma justa.
"Ao longo do tempo, a perícia com que os gestores de uma empresa alocam capital tem um enorme impacto no valor do negócio"
Warren Buffett - Carta aos Acionistas da Berkshire Hathaway, 1994
QUE CARACTERÍSTICAS PROCURAMOS NUMA EQUIPA DE GESTÃO?
Alinhamento de interesses: gostamos de investir em negócios onde os nossos interesses estão alinhados com os da equipa de gestão. Isto significa frequentemente que a equipa de gestão tem uma participação significativa na empresa ou a remuneração indexada à criação de valor de longo prazo.
Foco no longo prazo: criar um negócio é uma tarefa de longo prazo. Construir uma marca e conquistar a confiança dos consumidores demora anos ou décadas. Procuramos aliar-nos a equipas de gestão que estão focadas em tomar decisões sensatas de longo prazo.
Gestores experientes e apaixonados: mudanças nas equipas de gestão criam incerteza. Quando avaliamos a equipa de gestão de um negócio, procuramos estabilidade.
Comunicação transparente e integridade: investir, tal como todas as relações humanas, tem como base a confiança. Gostamos de gestores que comunicam de uma forma honesta e transparente com os acionistas.
Em “The Little Book that Still Beats the Market”, Joel Greenblatt apresenta a sua fórmula magica para ter sucesso no investimento: comprar negócios excecionais quando estão baratos.Esta abordagem requer disciplina e tempo para esperar que o mercado reconheça o seu verdadeiro valor.
“No curto prazo, o Sr. Mercado determina o preço de uma ação baseado nas suas emoções, mas no longo prazo o que realmente importa é o valor intrínseco do negócio”
No livro, “The Little Book That Builds Wealth” (2008), Pat Dorsey explica-nos o que são vantagens competitivas e porque são determinantes para ter retornos no investimento a longo prazo.
“A menos que uma empresa tenha um fosso económico que proteja o seu negócio, a concorrência depressa chegará aos seus portões e corroerá os seus lucros. Wall Street está repleta de carcaças de empresas que foram de bestiais a bestas num piscar de olhos.”
Antes de 1870, a humanidade vivia em extrema pobreza, com um lento arrastar de inovação que não conseguia acompanhar o crescimento demográfico. Então irrompeu uma grande mudança: a inovação acelerou o passo, duplicando as nossas capacidades tecnológicas a cada geração e transformando completamente a economia, uma e outra vez. Os nossos antepassados assumiriam que teríamos utilizado tais poderes para construir uma utopia global. Mas não foi assim. Quando 1870-2010 terminou, o mundo acordou para o aquecimento global; depressão económica, incerteza e desigualdade; e a ampla rejeição do status quo. Slouching Towards Utopia, do economista Brad DeLong, conta a história de como ocorreu esta explosão de riqueza material sem precedentes, como ela transformou o mundo e por que motivo não nos conseguiu levar à utopia. De notável amplitude e ambição, este livro revela que o século passado não foi tanto uma marcha em direção ao progresso, mas sim um cambalear na direção certa.
The Perfection Trap, de Thomas Curran, professor da London School of Economics, explora como a busca pela perfeição pode tornar-se uma obsessão perigosa que leva ao esgotamento e à depressão - impedindo-nos de alcançar os nossos objetivos.Hoje, o esgotamento e a depressão estão em níveis recorde, impulsionados por uma combinação de intensa competição no local de trabalho e redes sociais opressivamente omnipresentes.A sociedade publicita continuamente a necessidade de querer mais e de ser perfeito.Nesta obra, Curran sugere introspecção e mudanças sociais mais amplas. Mostra-nos o que podemos fazer como indivíduos para resistir à pressão moderna de sermos perfeitos e, ao fazê-lo, conquistarmos para nós próprios uma vida com mais propósito.The Perfection Trap dirige-se a todos aqueles que já se sentiram oprimidos pela necessidade esmagadora competir para além de qualquer racionalidade.
Um guia em forma de manualPara que todos os clientes possam entender melhor a filosofia de investimento e como este processo de seleção é posto em prática, a Casa de Investimentos lançou, este ano, o Manual do Investidor. O livro é um guia e também uma promessa para todos os clientes e quer mostrar que temos uma filosofia de investimento bem estruturada. Só as melhores empresas servem, conforme explicou Emília Vieira, CEO e fundadora da Casa de Investimentos.O manual contém as linhas mestras do investimento, de um processo que passa por analisar profundamente estas empresas e fazer uma análise qualitativa, a história da empresa, os seus processos. Não há caminhos rápidos. E rápidos também não são os ganhos. É por isso que a gestora tem um foco de longo prazo, ignorando o ruído de curto prazo.Investir em ações não é um jogo de sorte e azar, realçou Emília Vieira, notando que todos nós somos vítimas dos nossos vieses comportamentais. Cada um valoriza a experiência que tem. Mas, nos últimos mais de 100 anos, o ativo que melhor rentabilizou o capital foram as ações.
Uma sondagem de 2020 concluiu que 60% das pessoas pensam que o ritmo de mudança nas suas vidas é muito rápido. As gerações anteriores, confrontadas com motores a vapor ou elevadores pela primeira vez, provavelmente também pensavam assim. Mas, segundo Azeem Azhar, analista de tecnologia e empresário, entramos de facto num período de mudança desestabilizadora e sem precedentes: uma era totalmente nova da sociedade humana e da organização económica a Era Exponencial.Azhar identifica a computação e inteligência artificial, eletricidade renovável e armazenamento de energia, biotecnologia e manufatura (por exemplo, a impressão 3D) como as áreas em que as inovações surgem a um ritmo exponencial: inventam-se e escalam-se novas tecnologias a um ritmo cada vez mais rápido, e simultaneamente, diminuem-se rapidamente os preços.O problema é que, embora a mudança tecnológica esteja a acelerar rapidamente, a nossa sociedade evolui a um ritmo mais gradual e incremental. Resultado? Está a abrir-se uma divisão entre a tecnologia e a sociedade, a denominada, segundo Azhar, lacuna exponencial.Temos vindo a inventar novas tecnologias desde os tempos dos machados de pedra e das pás de madeira. De acordo com Azhar, no entanto, temos muita dificuldade como espécie em compreender a mudança exponencial: As nossas mentes evoluiram para um mundo que ainda não tinha descoberto o poder da mudança rápida.No entanto, indivíduos e empresas ignoram esta mudança rápida por sua conta e risco. Em 2007, Steve Ballmer, da Microsoft, descreveu o iPhone, dizendo: Isto não tem a mínima hipótese de ganhar quota de mercado significativa. Como Azhar observa: Ballmer caiu na lacuna exponencial.Segundo Azhar existe agora um abismo de incompreensão mútua entre os tecnólogos e o resto da sociedade. Os políticos mostram muitas vezes uma profunda ignorância até mesmo das tecnologias mais básicas: Eles são como pessoas que tentam abastecer um carro enchendo a bagageira com feno.Azhar é assumidamente otimista quanto ao poder da tecnologia: Estamos a entrar numa era de abundância. O primeiro período da história humana em que a energia, comida, computação e muito mais serão trivialmente baratos de produzir.
Nesta obra, John Kay, escreve: O setor financeiro cresceu em demasia, distanciou-se dos negócios normais e da vida quotidiana e transformou-se numa indústria que, na maior parte das vezes, faz negócios consigo própria, fala sozinha, e julga-se a si mesma com os padrões que ela própria criou. E o mundo cá fora adotou esses padrões, salvando as instituições financeiras que nos falharam com a sua ganância e incompetência.Numa análise crítica ao que se tornou o negócio do setor financeiro, Kay realça que o livro pretende apresentar um plano provisório para as autoridades se prepararem para a próxima crise. É hora de voltar ao trabalho: o negócio sério e responsável de gerir o dinheiro das outras pessoas.
O que quer que a liberdade financeira signifique para nós viver a vida que quisermos, não trabalhar de acordo com os horários dos outros, ser dono do nosso destino ou qualquer outro sonho a forma de a atingir é investir.Neste livro conciso e acessível, Ben Carlson e Robin Powell mostram como tomar o caminho da liberdade financeira através da poupança e do investimento.Não se trata de ficar rico de um dia para o outro. Criar riqueza através do investimento com o objetivo de longo prazo da liberdade financeira exige disciplina, sacrifício e tempo.Mas é possível, e quase qualquer um pode fazê-lo, se munido das informações corretas.Invest Your Way to Financial Freedom partilha connosco todas as etapas que precisamos de seguir para alcançar os nossos objetivos e inclui respostas claras e simples para as seguintes perguntas:Porque é que poupar é importante?Porque é que investir é a melhor forma de criar riqueza?O que podem os investidores esperar do mercado de ações?É tarde demais se não começarmos cedo a poupar e a investir?
Os nossos objetivos pessoais precisam de uma estratégia de longo prazo.Assim como alguns CEOs privilegiam os lucros trimestrais em detrimento dos investimentos estratégicos necessários para o crescimento de longo prazo, o mesmo acontece nas nossas vidas pessoais e profissionais.Todos sabemos intelectualmente que o sucesso duradouro exige persistência e esforço. No entanto, a pressão implacável omnipresente no mundo moderno leva-nos a escolher o que parece fácil, garantido ou o que está na moda.Em The Long Game, Dorie Clark defende um caminho diferente. Clark partilha princípios que podemos aplicar à nossa situação específica, bem como histórias da sua própria carreira e experiências de outros profissionais. Todos temos as mesmas vinte e quatro horas, mas com as estratégias certas, podemos aproveita-las de forma mais eficiente.Este não é um processo que dará resultados da noite para o dia, mas a recompensa a longo prazo é imensa.
Qualidade. Todos nós fazemos diariamente julgamentos sobre a qualidade. No entanto, articular uma definição clara de qualidade no contexto do investimento é um desafio. Este livro aborda esse desafio e destila anos de experiência prática de investimento numa sistematização definitiva desta filosofia de investimento.A teoria financeira afirma que os resultados anormais não perduram, que o desempenho excecional rapidamente se tornará mediano. Investir em qualidade implica procurar empresas com os atributos certos para superar essas forças de reversão à média e, mais importante, investir nessas excelentes empresas para o longo prazo.Este livro aponta e analisa as características que aumentam as probabilidades de uma empresa ter sucesso ao longo do tempo - bem como aquelas características que impedem esse sucesso. Ao longo do livro são abordadas uma série de fascinantes casos de estudo reais que ilustram os traços que significam qualidade.
Numa mistura inovadora de ciência e imaginação, o ex-líder da Google China e um dos mais importantes escritores de ficção especulativa unem forças para responder a uma pergunta: como vai a inteligência artificial mudar o nosso mundo nos próximos vinte anos?A IA vai definir o século XXI, mas muitas pessoas sabem muito pouco sobre ela, exceto as visões de robots distópicos ou carros voadores. Embora o termo exista há já meio século, é só agora, defende Kai-Fu Lee, que a IA está prestes a revolucionar a nossa sociedade, tal como tecnologias como a eletricidade e smartphones o fizeram antes. Nos últimos cinco anos, a IA mostrou que pode aprender jogos como o xadrez em poucas horas - e vencer sempre os humanos . A IA ultrapassou os humanos no reconhecimento de fala e objetos, superando até mesmo os radiologistas nos diagnósticos do cancro do pulmão. Dentro de duas décadas, teremos dificuldades em reconhecer a vida cotidiana.Neste livro provocador que alia a narrativa especulativa e a ciência, Lee, um dos maiores especialistas em IA do mundo, juntou-se ao célebre escritor Chen Qiufan para revelar como a IA vai invadir todos os aspectos do nosso mundo, em 2041.
Um livro profundamente relevante de um dos principais escritores financeiros do mundo, The Price of Time explica a situação financeira global atual e como aqui chegámos.No início era o empréstimo, e o empréstimo tinha juros. Há pelo menos cinco mil anos que as pessoas pedem dinheiro emprestado e emprestam dinheiro com juros. Esta prática nem sempre foi popular no mundo antigo, a usura era geralmente vista como exploradora, um caminho potencial para a servidão e escravidão.No entanto, à medida que o capitalismo se estabeleceu a partir do final da Idade Média, as críticas aos juros foram sendo atenuadas porque os juros eram uma recompensa essencial para que os credores aplicassem o seu capital. E o juro desempenha muitas outras funções vitais: incentiva as pessoas a poupar; permite que valorizem ativos preciosos, tais como casas e todos os tipos de títulos financeiros; e permite-nos pôr um preço no risco.Todas as atividades económicas e financeiras acontecem ao longo do tempo. O juro é frequentemente descrito como o preço do dinheiro, mas na realidade é melhor descrito como o preço do tempo: o tempo é escasso, o tempo tem valor, o juro é o valor do dinheiro no tempo.Nas duas primeiras décadas do século XXI, as taxas de juros caíram mais do que nunca. O dinheiro fácil após a crise financeira global de 2007/2008 causou vários efeitos nefastos, incluindo o aparecimento de várias bolhas de preços de ativos, um abrandamento no crescimento da produtividade, desencorajando a poupança e exacerbando a desigualdade e forçando investidores sedentos por rendimento a assumir riscos excessivos.O mundo financeiro encontra-se agora num lugar difícil e Edward Chancellor está aqui para nos explicar porquê.
Este livro defende que as forças subjacentes da demografia e da globalização farão em breve reverter três tendências globais de várias décadas a inflação e as taxas de juros vão subir, mas levarão a um retrocesso na desigualdade.O que quer que o futuro reserve, argumentam os autores, nada será como o passado.Os ventos deflacionários das últimas três décadas devem-se principalmente a um enorme aumento na oferta de mão de obra disponível no mundo, devido a tendências demográficas muito favoráveis ??e à entrada da China e da Europa Oriental no sistema comercial mundial.Este livro mostra como estas tendências demográficas estão prestes a reverter-se drasticamente, coincidindo com um recuo da globalização.O resultado? Pode-se esperar que o envelhecimento aumente a inflação e as taxas de juros, trazendo uma série de problemas para uma economia mundial superendividada, mas também deverá aumentar a participação do trabalho, de modo que a desigualdade diminua.Abarcando muitos fatores sociais e políticos, bem como aqueles que são mais puramente macroeconômicos, os autores abordam temas como envelhecimento, demência, desigualdade, populismo, aposentadoria e financiamento de dívidas, entre outros. Este livro merece a atenção de qualquer pessoa que esteja interessada em saber para onde vai a economia mundial.
A sugestão de hoje surge-nos de Hugo Palma, informático de profissão e formação, filósofo e desportista por paixão, inconformado com o desinteresse por natureza. Leitor de menos livros de ficção do que por vezes gosta de admitir, mas os temas não ficcionais ganham quase sempre na constante batalha do próximo livro a atacar."O otimista diz O copo está meio cheio. O pessimista diz O copo está meio vazio. O racionalista diz Este copo é o dobro do tamanho que precisa de ser.Para muitos filosofia é sinónimo de algo desprovido de aplicação prática, uma ciência romântica da qual pouca utilidade poderá ser espremida. Proponho que repensem a filosofia como a base para toda a lógica argumentativa mas sem perder de vista o sentido de humor e a capacidade de rir de nós próprios. Neste livro são abordados conceitos basilares da filosofia antiga através de pequenas histórias e anedotas numa voz livre de preconceitos e classicismos. Se filosofia sempre foi aquele tema que pareceu aborrecido ou se simplesmente quer uma resumida e divertida passagem pelos principais filósofos antigos, este é o livro para si."
Mais uma obra-prima de um dos meus autores favoritos. . . Se procura saber mais sobre muitas das forças fundamentais que moldam a vida humana, este é o livro a ler. É um tour de force Bill Gates Nunca tivemos tanta informação ao nosso alcance e, no entanto, a maioria de nós não sabe como o mundo realmente funciona. Este livro explica sete das realidades mais fundamentais que governam a nossa sobrevivência e prosperidade. Desde a produção de energia e alimentos, passando pelo mundo material e pela globalização, até aos riscos que ameaçam a nossa civilização, o meio ambiente e o seu futuro, How the World Really Works oferece-nos uma verificação de realidade muito necessária no fim de contas, antes de podermos enfrentar os problemas de forma eficaz, temos que compreender os factos.Neste livro ambicioso e provocador, vemos, por exemplo, que a globalização não é inevitável - os perigos de permitir que 70% das luvas de borracha do mundo sejam fabricadas em apenas uma fábrica tornaram-se evidentes em 2020 - e que as nossas sociedades têm vindo a aumentar cada vez mais a sua dependência dos combustíveis fósseis, tornando cada vez mais improvável a sua completa e rápida eliminação. Por exemplo, cada tomate cultivado em estufas exige, para a sua produção, o equivalente a cinco colheres de sopa de gasóleo; e ainda não temos formas comercialmente viáveis ??de fabricar aço, amónia, cimento ou plástico, à escala exigida globalmente, sem combustíveis fósseis.Vaclav Smil não é pessimista nem otimista, é um cientista; ele é o perito líder mundial em energia e um polímata surpreendente. Com base na ciência mais recente, Smil responde à pergunta mais profunda dos nossos tempos: estamos irrevogavelmente condenados ou espera-nos uma utopia mais brilhante? Convincente, rica em dados e revisionista, esta obra-prima interdisciplinar encontra falhas em ambos os extremos. Olhar o mundo através desta lente quantitativa revela verdades ocultas que alteram a forma como encaramos o nosso passado, presente e futuro incerto.
Por ocasião das eleições presidenciais americanas, recomendmos a leitura de Washington: A Life.Um retrato emocionante do primeiro presidente dos Estados Unidos pelo autor de Alexander Hamilton, a biografia mais vendida do New York Times que inspirou o musical.O célebre biógrafo Ron Chernow fornece um retrato ricamente matizado do primeiro presidente dos Estados Unidos. Com uma profundidade única, esta vívida narrativa transporta o leitor aos seus primeiros anos de aventura, as suas façanhas heróicas com o Exército Continental durante a Guerra Revolucionária, a sua presidência da Convenção Constitucional e sua desempenho como presidente. Chernow destrói o mito de George Washington como uma figura impassível e sem emoção e traz à vida um homem arrojado e apaixonado de opiniões inflamadas e muitos humores.
Vaclav Smil é um dos autores favoritos de Bill Gates.A sua última obra, Growth - From Microorganisms to Megacities, é alvo de uma entusiástica recomendação do fundador da Microsoft.Leia-a aqui
A economia americana moderna foi criada por quatro homens: Andrew Carnegie, John D. Rockefeller, Jay Gould e J. P. Morgan. Eles foram os gigantes da Era Dourada, um momento de crescimento desenfreado que confirmou a América como o país mais rico, inventivo e produtivo do planeta.Charles R. Morris descreve vividamente os homens e os tempos em que viveram. O cruel e competitivo Carnegie, o imperial Rockefeller e o provocador Gould eram obcecados pelo progresso, experiências e velocidade. Eles foram contrabalançados por Morgan, o cavalheiro empresário, que lutava pela confiança global nos negócios americanos.Com o seu antagonismo e entusiasmo, eles construíram um gigante industrial - e um país de consumidores de classe média. The Tycoons conta a incrível história de como estes quatro homens determinados puxaram a economia para a era moderna, inventando uma nação de plena participação económica que, apenas algumas décadas antes, não poderia ter sido imaginada.
"Nos últimos tempos, tem-se falado muito sobre prestar atenção ao nosso corpo e à nossa mente através da mindfulness, que é uma adaptação moderna da meditação que Buda ensinou há dois milénios e meio. Assim como aqueles que meditam estão cientes de cada respiração para viverem uma vida plena sem serem arrastados pelo caos, a saúde das nossas finanças pessoais também depende do nível de atenção que lhes damos. Nesse sentido, escrevi o livro Money Mindfulness (consciência do dinheiro) como uma via direta para deixarmos de ser esmagados por algo que foi criado para nos ajudar. Ao entendermos o dinheiro e nos responsabilizarmos por ele, assumimos as rédeas das nossas vidas. E isso permite-nos ser livres, independentemente de termos muito ou pouco. Não tem nada a ver com o que possuímos, mas com a atenção que damos ao dinheiro, assim como a pessoa que medita faz com o ar que passa pelas suas narinas.O método que proponho combina a atenção plena com os segredos dos homens e mulheres de negócios com maior sucesso no mundo. Aprenderemos a gerar, economizar e fazer crescer o nosso dinheiro, através de nove leis e pequenos hábitos diários, aplicáveis a todos, que se tornam uma excelente preparação para grandes decisões. As três primeiras leis são sobre como gerar dinheiro. As três seguintes ajudam-nos a poupá-lo. As três últimas são sobre como fazê-lo crescer. Nunca devemos esquecer que muitas coisas que nos fazem felizes não podem ser compradas com dinheiro, mas, para desfrutá-las, precisamos de duas coisas: tempo e serenidade. E ambos dependem da saúde de nossas finanças, crescendo silenciosamente, sem desperdício ou investimentos malucos, enquanto capturamos o melhor da vida."Cristina Benito é economista e graduada do Company Executive Program da IE Business School. Trabalhou nos últimos 20 anos como consultora financeira da Morgan Stanley e também como auditora do Governo da sua região autónoma.Viajou por cinquenta países para encontrar novas formas de progredir na vida quotidiana.Os media afirmam que é a Marie Kondo das finanças pessoais. Coloque ordem no seu bolso e você colocará ordem na sua vida, poderia dizer-se. Isto deve ter algo de verdade, uma vez que o livro Money Mindfulness desta autora de Rioja, que atualmente reside em Lisboa após uma longa estadia em Londres, foi reeditado apenas alguns dias após o seu lançamento e já foram assinados os respetivos direitos de tradução para vários países, como França, Itália , Grécia, Brasil, Portugal e Polónia.
Em Richer, Wiser, Happier, William Green, jornalista financeiro que já escreveu para a Time, Fortune, Forbes e The New Yorker, partilha connosco entrevistas que conduziu ao longo de 25 anos a muitos dos maiores investidores do mundo. Os investidores mais bem-sucedidos são rebeldes e iconoclastas que questionam a sabedoria convencional e lucram com a sua capacidade de pensar de forma mais racional, rigorosa e objetiva. Tal como Green explica, os melhores investidores podem ensinar-nos não apenas como ganhar dinheiro, mas também como melhorar a forma como pensamos, tomamos decisões, avaliamos riscos, evitamos erros dispendiosos, construímos resiliência e utilizamos a incerteza a nosso favor.Green apresenta-nos mais de quarenta superinvestidores, visitando-os nos seus escritórios, casas e até mesmo nos seus locais de culto. Richer, Wiser, Happier reúne o pensamento de muitas das maiores mentes do investimento, de Sir John Templeton a Charlie Munger, Jack Bogle a Ed Thorp, Will Danoff a Mohnish Pabrai, Bill Miller a Laura Geritz, Joel Greenblatt a Howard Marks. Ao explicar como eles pensam e por que ganham, este livro fornece-nos lições que nos enriquecerão, não apenas financeiramente, mas também profissional e pessoalmente.
Lidar com o dinheiro tem mais a ver com a forma como nos comportamos do que com aquilo que sabemos. E este comportamento é muito difícil de ensinar, mesmo a pessoas realmente inteligentes.O dinheiro - investimentos, finanças pessoais e decisões de negócios - é ensinado como algo baseado na matemática, onde os dados e as fórmulas nos dizem exatamente o que fazer. Mas, no mundo real, as pessoas não tomam decisões financeiras com base no Excel. Tomam-nas à mesa de jantar ou numa sala de reuniões, onde a história pessoal, a sua visão única do mundo, ego, orgulho, marketing e incentivos estranhos se misturam.Em The Psychology of Money, Morgan Housel, presença assídua nas nossas newsletters, partilha 19 histórias que exploram as formas peculiares como as pessoas pensam sobre dinheiro e ajuda-nos a compreender melhor um dos tópicos mais importantes das nossas vidas. Howard Marks, a propósito de Morgan Housel, diz, As observações de Housel atingem um duplo alvo: dizem coisas que nunca antes forma ditas e que fazem sentido.
Don't Fall For It de Ben Carlson, presença assídua nas nossas newsletters, explora algumas das maiores fraudes financeiras e mais bem-sucedidos charlatões, golpistas e vigaristas de todos os tempos. Estas histórias reais incluem os relatos de como essas fraudes foram levadas a cabo e discussões sobre o que podemos aprender com elas. Partilhando lições que se aplicam a negócios, gestão de dinheiro e investimentos, este livro responde a questões, tais como: Por que motivo até os mais inteligentes de nós caem vítimas de golpes financeiros? O que torna os vigaristas bem-sucedidos? Por que motivo é mais difícil permanecer rico do que enriquecer? A História está repleta de fraudes e esquemas financeiros sensacionais. A Enron foi forçada a declarar falência após alegações de fraude contabilística maciça, destruindo 78 mil milhões de dólares de capitalização bolsista. Bernie Madoff, o maior charlatão individual da história, construiu um esquema de Ponzi de 65 mil milhões de dólares que resultou numa condenação a uma pena de prisão de 150 anos. Não importa se é um agricultor que anseia por uma cura milagrosa ou uma estrela de Hollywood que procura um lucro rápido - ninguém é imune a ser enganado quando há dinheiro envolvido.
Escrito num estilo direto e realista, Invent and Wander oferece aos leitores uma lição sobre valores de negócios, estratégia e execução:? A importância de uma mentalidade de pioneiro? Por que razão é tudo uma questão de longo prazo? O que significa realmente ser obcecado pelo cliente? Como começar novos negócios e criar um crescimento orgânico significativo numa empresa já bem-sucedida? Por que motivo a cultura é um imperativo? Como a disposição para falhar está intimamente ligada à inovação? O que a pandemia Covid-19 nos ensinouTodos, desde CEOs a empreendedores que acabaram de abrir uma loja, até aos milhões que utilizam os produtos e serviços da Amazon nas suas casas ou empresas, compreenderão os princípios que impulsionaram o sucesso de um dos inovadores mais importantes de nosso tempo.
No mundo dos investimentos, o nome Warren Buffett é sinónimo de sucesso e prosperidade com este livro, o leitor pode aprender como Warren Buffett conseguiu isso e como ele também pode conseguir.Construindo do zero, Buffett escolheu as suas ações sabiamente e com cuidado, por sua vez acumulando a enorme fortuna pela qual agora é famoso. Mary Buffett, ex-nora deste lendário génio financeiro e uma empresária de sucesso por seus próprios méritos, juntou-se ao famoso Buffettologist David Clark para criar Buffettology, um guia de investimento único que explica as estratégias vencedoras do mestre.
Nesta edição da nossa Newsletter, partilhamos a sugestão de Carlos Lucena, Presidente do Conselho de Administração da TELLES.ESTRADA LESTE-OESTEO livro Estrada Leste-Oeste, de Philippe Sands, mereceu a minha escolha para efeitos de um breve comentário neste local, depois de inicialmente ter estado perto de fazer a minha opção pelo livro Le Naufrage des Civilizations de Amin Maalouf . Um e outro contribuíram de forma decisiva para o meu ano de 2019.Philippe Sands é um brilhante advogado inglês exercendo a sua atividade internacionalmente na área dos direitos humanos, que escreve maravilhosamente, neste livro, a propósito dos Julgamentos de Nuremberga, subsequentes ao final da segunda guerra mundial, a história da sua família.Nesse contexto, evidencia um profundíssimo conhecimento da evolução da europa central nos anos decisivos posteriores à grande guerra de 1914/1918 e até ao período da guerra fria, relata espantosamente episódios terríveis do período nazi, distingue claramente as realidades inglesa e americana, com relevo para o setor do ensino, evidencia um controlo rigoroso de noções jurídicas como as de crime contra a humanidade e de crime de genocídio, difíceis de precisar e hoje ainda mundialmente tão relevantes, descreve parte importante dos referidos julgamentos, cuja importância na história do direito nunca é demasiado sublinhar, tratando-se da primeira vez que um conjunto de responsáveis por um país foram julgados pelo seu papel durante uma guerra, ao mesmo tempo que descreve o percurso da sua família, cujos membros, por serem judeus, tiveram, em diferentes campos de concentração, o destino trágico que milhões de outras pessoas conheceram.Tudo isto Philippe Sands descreve de uma forma elevada, rigorosa e escrupulosa, revelando um grande conhecimento dos homens e dos seus comportamentos, nas diferentes circunstâncias em que são chamados a viver, descrevendo objetivamente o percurso de famílias judias perseguidas e de famílias dos seus perseguidores, da história da segunda grande guerra, fazendo refletir o depoimento de filhos dos condenados de Nuremberga, tudo com recurso aos meios tecnológicos hoje ao nosso dispor, que só eles permitiram reconstituir a passagem por diferentes e longínquas partes do mundo de um conjunto vasto de pessoas que se cruzaram com os seus avós.Fica bem claro, quando se lê um livro como a Estrada Leste-Oeste, que o bem e o mal não são noções subjetivas, que há um critério comum dos mesmos que não pode deixar de reger os humanos e que, hoje, apesar de muitos anos decorridos desde que conhecemos a verdade da guerra de 39-45, há estradas como aquela que está na origem do nome desta obra que estão todos os dias a ser percorridas por seres humanos e que continuam a separar civilizações e comunidades.Leiam o livro!Recomendação de leitura por Carlos LucenaCarlos Lucena é sócio fundaddor da Telles desde 1992, foi seu Managing Partner até 2016 e é atualmente Presidente do Conselho de Administração. Intervém essencialmente nas áreas de Direito Comercial e Societário, Corporate Governance e Imobiliário. Tem grande experiência no acompanhamento de empresas familiares, family offices e de famílias ligadas a empresas. É Licenciado em Ciências Jurídico-Económicas pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (1983).