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Os verdadeiros investidores sabem que só a longo prazo é possível criar riqueza com consistência.

No passado dia 4, na Assembleia de Acionistas da Berkshire, Warren Buffett e Charlie Munger, responderam a perguntas de acionistas e jornalistas durante 6 horas. Ano após ano, as respostas gravitam à volta dos quatro filtros que consideram importantes para crivar investimentos: 1º atuar apenas no seu círculo de competências, avaliando apenas negócios que entendem bem; 2º procurar negócios com vantagens competitivas duráveis e com retornos acima da média; 3º assegurar que são geridos por gestores capazes e honestos, com provas dadas a criar valor para os acionistas e 4º comprar apenas quando cotam a desconto substancial do valor intrínseco. Comprar barato limita o risco e maximiza os retornos a prazo.

Comprar barato limita o risco e maximiza os retornos a prazo.

O tópico mais mediático foi a compra muito recente das ações da Amazon por parte de um dos gestores da Berkshire. Questionado se este é um investimento em valor, Buffett assegurou aos acionistas que esta compra é baseada nos princípios do investimento em valor tal como a decisão de comprar uma ação estatisticamente barata. Realça que o investimento em valor tem a ver com estimar e avaliar os cash flows futuros; não tem a ver com o quão baixo é o rácio preço/valor contabilístico ou o rácio preço/lucros de uma ação. Explica que podemos transformar qualquer investimento num mau negócio se pagarmos um preço excessivo mesmo que por um negócio excecional. O que não se consegue fazer é transformar qualquer investimento num bom negócio só por que o preço a que compramos é barato.

Podemos transformar qualquer investimento num mau negócio se pagarmos um preço excessivo.

Buffett e Munger assumem ser possível que as novas empresas de plataformas tecnológicas venham a provar ter vantagens competitivas duradouras. No entanto, seguindo o princípio do círculo de competências que sempre defenderam, apesar de compreenderem os seus negócios agora, têm dificuldade em compreender o seu futuro económico e como irão evoluir. Por isso, tentam mitigar esta questão contratando pessoas que compreendem melhor estes modelos de negócio, tal como Ted Combs e Todd Weschler, alargando o círculo de competências da Berkshire. Como sempre, assumem que estão confortáveis em falhar grande retornos desde que consigam uma boa média nos investimentos que fazem.

A propósito dos vieses comportamentais que afetam os investidores e os conduzem a maus resultados, Munger diz que é muito difícil ser razoável: “existe um milhão de truques que a mente humana utiliza no seu dono. Isto é que causa a estupidez. Quantas vezes nos perguntamos, porque raio fui fazer isto?” Completa revelando que fazem uma checklist com as asneiras dos outros e tentam evitar tudo o que conste dessa lista.

Sobre como aprender e evoluir, Buffett responde que “se quiser aumentar o seu círculo de competência no investimento, leia muito e estude muitos negócios. Hoje há mais concorrência do que quando comecei, mas se construir o seu círculo, tiver a disciplina para ser paciente e não fizer nada durante grande parte do tempo, poderá sair-se bem”.

Charlie Munger diz que é espantoso o que aprenderam ao longo dos anos. “Se não o tivessemos feito, os resultados não seriam, nem de longe, tão bons. Tivemos necessidade de melhorar a cada passo e subir sempre a fasquia.”

Buffett aconselha os gestores de dinheiro a só gerir o dinheiro das outras pessoas se puderem ter o tipo de investidores que se manterão fiéis para o longo prazo e não entrarão em pânico e resgatar fundos nos momentos turbulentos do mercado.  O Ensaio que escrevi no JE a 15 de março, “A grande Ilusão, defende isso mesmo.

Os verdadeiros investidores sabem que só a longo prazo é possível criar riqueza com consistência.

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