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Autoria
Emília O. Vieira
Emília O. Vieira

Artigo publicado originalmente na revista Exame

Só as melhores empresas servem

No último artigo, mostrámos que as ações são a classe de ativos mais rentável. São inúmeros os estudos que o comprovam: o trabalho de Elroy Dimson, Paul Marsh e Mike Staunton, em “O Triunfo dos Otimistas”; o livro “Investindo em Ações no Longo Prazo”, de Jeremy Siegel; o trabalho de Roger Ibbotson, da Universidade de Yale, para citar alguns.

A conclusão é invariavelmente a mesma: independentemente da geografia mundial, as ações são o ativo mais rentável. A questão que se coloca, então, é por que motivo a maioria das pessoas perde dinheiro quando investe em ações? Investir em ações é ser dono de empresas. Uma ação representa uma fração da empresa e dá ao seu detentor direito aos lucros que o negócio gerar, enquanto a empresa se mantiver em atividade ou enquanto o investidor a mantiver em carteira. A família Arnault tem cerca de 48% das ações da LVMH, o equivalente a 256 milhões de ações. Para quem tem uma ação, ou mil ações, a taxa de retorno anual é igual à da família Arnault. Nos últimos dez anos, os acionistas da LVMH ganharam, em média, 20,8% ao ano. Nas últimas três décadas, ganharam, em média, 15,5% ao ano.

Quem, há dez anos, tivesse investido €10 mil em açõesda LVMH, e as tivesse mantido em carteira, teria hoje cerca de €66 mil. Quem o tivesse feito há 30 anos, teria hoje cerca de €747 mil, 74 vezes os €10 mil iniciais! Este é o poder do rendimento composto de que fala tantas vezes Warren Buffett. Compreender os seus efeitos é essencial para se ter sucesso no investimento. Infelizmente, mantém-se um mistério para muitas pessoas. A maior parte dos investidores, mesmo os profissionais, compra e vende ações tentando adivinhar o que o mercado vai fazer na semana ou no mês seguinte. Tenta acompanhar a última moda e o tema que estiver a subir. Não compra “uma fatia do negócio”. Ao contrário da família Arnault, não se comporta como dono do negócio que, estando investido numa empresa com um negócio excecional, o mantém a longo prazo. A ausência de uma filosofia de investimento clara e de horizonte temporal alargado faz com que a maior parte dos investidores sucumba a opiniões contrárias, a notícias adversas (que invariavelmente acontecem) ou a uma nova moda, que poderá ser ainda mais rentável (?).

Não queremos investir no mercado todo. Só queremos investir num conjunto limitado de empresas excecionais

O que fazer, então, para ser bem-sucedido no investimento em ações? É importante ter uma filosofia de investimento sólida, testada pelo tempo e implementada com rigor. É importante esperar que o tempo passe e que nos venha dar razão. Ou seja: na seleção das empresas, a filosofia é determinante para se ter sucesso e o horizonte temporal – a paciência – é fundamental para que possamos colher os resultados. A filosofia de Investimento em Valor com Qualidade dá-nos a confiança nos resultados.

Na Casa de Investimentos, investimos apenas em empresas que consideramos serem excecionais e procuramos comprá-las quando cotam a preços sensatos. Para nós, uma empresa excecional deve ter três pilares fundamentais: vantagens competitivas duráveis (que lhe permitem ganhar retornos acima dos concorrentes e da média de mercado), avenidas de crescimento e ter uma equipa de gestão capaz e com provas dadas na alocação de capital e a criar riqueza para os acionistas. É importante que os gestores tenham os interesses alinhados com os acionistas e que a empresa tenha um balanço forte e independente de fontes de financiamento. Gostamos de ver capacidade para reinvestir os lucros a taxas de retornos elevadas e negócios resilientes aos ciclos económicos. São estas as empresas que nos dão a confiança, nos bons e nos maus momentos, para que, a prazo, tenhamos boas rentabilidades.

Porque é tão importante investir só nas melhores empresas? Se uma empresa ganhar 12,5%, em média, por ano ao longo de 30 anos, e outra ganhar 10%, qual será a diferença no capital final, passados esses 30 anos? A resposta é surpreendente: quem investiu €10 mil na empresa que ganhou 12,5% por ano conseguiu amealhar quase o dobro do dinheiro. Aqueles 2,5% anuais de retorno extra, compostos ao longo de 30 anos, resultaram em €342 mil, ao invés de €174 mil (com os 10% ao ano). Claro que os próximos 30 anos podem ser diferentes. No entanto, se tivéssemos de adivinhar, é muito provável que as melhores empresas nos permitam ter rentabilidades mais elevadas e com menos risco. Não queremos investir no mercado todo. Só queremos investir num conjunto limitado de empresas excecionais, que serão suficientes para garantir segurança de capital e um retorno muito satisfatório.

Só as melhores empresas servem.


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