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Autoria
Emília O. Vieira
Emília O. Vieira

Braga, 8 de março de 2024

“Uma vida vivida como deve ser é aprender, aprender, aprender, sempre”
Charlie Munger (1924-2023)

“Fiquei rico quando percebi isto, nunca mais comprei ações, comprei negócios”
Warren Buffett

Em 2023, o fundo PPR Save & Grow valorizou 33,9% e as nossas Carteiras de Gestão
Individual valorizaram, em média, 33,7%. Em comparação, o índice MSCI World em euros subiu 19,6%.

Este foi o melhor ano da história da Casa de Investimentos. Embora satisfeitos com esta performance, a nossa criação de valor deverá ser julgada num horizonte temporal mais longo. No longo prazo, o preço de mercado dos nossos negócios deverá refletir a sua capacidade de gerar, e fazer crescer, os seus lucros.

Nos últimos três anos os investidores viram-se obrigados a digerir uma série de eventos inesperados: desde uma pandemia global, que restringiu severamente a atividade económica, ao ressurgimento de pressões inflacionárias fomentadas por estímulos governamentais, aos problemas nas cadeias de fornecimento e até à invasão da Ucrânia pela Rússia.

Em 2022, as pressões inflacionárias levaram a uma reapreciação do custo do dinheiro. Isto revelou-se uma experiência nova para muitos investidores. Taxas de juro mais elevadas precipitaram quedas nas ações e nas obrigações – abalando o estatuto das obrigações como ativo porto de abrigo e elemento diversificador nos portfólios.

Na entrada de 2023, a economia manteve-se robusta e a inflação nalguns bens começou a dar sinais de abrandamento. Os mercados começaram a descontar a perspetiva de que os bancos centrais teriam condições para começar a baixar as taxas de juro. À medida que o ano avançou, desenvolvimentos na área da Inteligência Artificial impulsionaram um rally nas ações tecnológicas, ajudando-as a recuperar das perdas incorridas em 2022.

O entusiasmo rapidamente abrandou em setembro com os investidores a recearem que as taxas de juro poderiam manter-se elevadas mais tempo. A yield dos bilhetes de tesouro americano a 10 anos atingiu níveis próximos de 5% no final de setembro, com os bancos centrais a tornarem claro que a “reta final” do processo desinflacionário pode ser a mais difícil de percorrer.

À medida que nos aproximávamos dos meses finais do ano, o otimismo regressou. Com a inflação aparentemente sob controlo, os mercados começaram a descontar a
possibilidade de que uma aterragem suave pode, na realidade, ser conseguida. De facto, a Reserva Federal dos Estados Unidos abriu a porta para até três cortes de taxas em 2024. As obrigações e ações encerraram o ano em território positivo, uma diferença gritante face aos resultados do ano anterior.

Estas sucessivas narrativas, que dominaram o ano de 2023, foram responsáveis pela elevada volatilidade das cotações das ações e levaram a que muitos investidores estivessem fora de mercado à espera que caísse para comprarem a cotações mais baixas.

Os verdadeiros investidores sabem que, na maior parte do tempo, “hoje” não é importante.

Adivinhar se o mercado sobe ou desce não é possível e também não é preciso. O que realmente faz diferença ao longo da nossa vida, na nossa profissão ou como investidores, é a forma como conseguimos pensar a longo prazo, que objetivos de vida
queremos alcançar e traçar a estratégia que nos permita lá chegar com razoável grau de probabilidade, aprendendo com os erros que cometemos e corrigindo-os para que no futuro não se repitam.

Poupar e investir é importante para termos controlo sobre a nossa vida; é a importância que damos ao nosso futuro. De uma forma geral, somos ensinados a poupar, mas não somos ensinados a investir. Vivemos cada vez mais tempo, teremos cada vez menos Segurança Social nas nossas vidas e os rendimentos do trabalho caíram nas últimas quatro décadas, a nível mundial. Investir melhor não é um luxo, é uma necessidade.

Investir numa carteira de ações é ser dono de negócios e o retorno do investimento será medido pelos lucros que estes negócios geram ao longo do tempo. Numa entrevista recente, Warren Buffett conta a sua história como investidor: começou a investir aos 11 anos em ações – tentava prever as variações do mercado e o que este iria fazer no dia ou na semana seguintes. Aos 19 anos, leu o livro “O Investidor Inteligente” de Benjamin Graham e a sua vida mudou. Compreendeu que comprar uma ação é ser dono de uma fatia de uma empresa, o que lhe dava o direito a receber a percentagem correspondente dos seus lucros, ano após ano. “Fiquei rico quando percebi isto”, afirmou Buffett, “Nunca mais comprei “ações”, comprei negócios.”

A probabilidade de ter sucesso se investir como um “dono” é enorme. Ao contrário, a probabilidade de ser bem-sucedido como “trader” ou investidor intermitente é muito baixa. No curto prazo os valores intrínsecos das empresas “desligam-se” frequentemente das cotações de mercado, como vimos em 2022.

Em 2010, decidimos construir a CASA onde gostássemos de ser Clientes. A vantagem de sermos os donos do negócio dá-nos a liberdade para “fazer a coisa certa”, gerir no melhor interesse dos nossos Clientes. Estamos convictos que este é também o nosso melhor interesse. Privilegiamos o conhecimento, melhorar todos os dias e promover valores, crenças e normas de conduta e interação que permitam que cada ação que levamos a cabo cumpra com a promessa que fazemos aos nossos Clientes: proteger e valorizar as suas poupanças, fazer o que gostaríamos que fizessem connosco se os lugares estivessem invertidos.

Para consolidar esta promessa e deixar claro aquilo que somos, escrevemos o “Manual
do Investidor”. Neste documento definimos a filosofia de investimento que seguimos, os processos que implementamos na seleção de investimentos, na construção de portfólio e na gestão de riscos. Este é o caminho que queremos trilhar com os nossos Clientes.

A transparência e o conhecimento ajudam-nos a melhorar todos os dias e promovem a confiança que precisamos para trabalhar a longo prazo. A cultura que promovemos dentro e fora da CASA é a mesma que procuramos ver nas empresas em que investimos. Acreditamos que as empresas que são obcecadas por entregar produtos ou serviços com a máxima qualidade e que melhoram todos os dias os seus processos e ações criam as condições necessárias para perdurarem no tempo.

Na Assembleia Anual de Clientes em 24 de fevereiro do corrente ano, tivemos a oportunidade de receber cerca de 1.000 Clientes no Altice Forum, em Braga. Depois de apresentar os números da CASA, as métricas e méritos da carteira em que estamos todos investidos, respondemos ao longo de uma hora e meia às perguntas que os Clientes nos colocaram da vasta plateia.

Permito-me realçar uma delas, colocada por uma jovem de 20 anos, a Catarina, e que se resume ao seguinte:

“Eu tenho 20 anos e estou desde o início no vosso PPR, sendo que os meus pais fazem transferências mensais para o mesmo. Sendo que o objetivo do PPR é a reforma, a minha reforma será só daqui a cerca de 50 anos, queria perguntar qual é a vossa perspetiva para a CASA nessa altura, se irá existir, quais são os vossos planos de sucessão?”

O que respondi à Catarina, que deixo nestas páginas, é que a Equipa da CASA tem hoje todas as condições para garantir que a CASA perdure no tempo e mantenha intacto o compromisso com os Clientes e o longo prazo. A Casa de Investimentos é detida a 100% pela minha família. Além disso, o nosso património financeiro está investido nas mesmas empresas que os nossos Clientes. Isto significa que o Pedro Alves e eu temos um total alinhamento de interesses com os Clientes. Esta Equipa, que fomos construindo ao longo dos últimos 13 anos, tem a nossa total confiança para gerir de forma segura e rentável o património financeiro e o negócio que deixaremos às nossas filhas. Aos nossos Clientes agradecemos a confiança e as referências que fazem da nossa CASA.

Com elevada estima, apresento os meus cumprimentos,

Emília O. Vieira
Chief Executive Officer & Chairman

Nota: Pode descarregar o Relatório & Contas de 2023 da Casa de Investimentos aqui.


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