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Artigo originalmente publicado no The Motley Fool em 13 de outubro de 2015
A minha mulher e eu demos as boas vindas ao mundo ao nosso filho no mundo no passado domingo. É a experiência mais extraordinária que alguém poderia ter.
O único interesse dele neste momento é manter-nos acordados 24 horas por dia e sete dias por semana. Mas chegará o dia - daqui a muito tempo – em que ele vai precisar de aprender alguma coisa sobre finanças. Quando esse dia chegar, aqui estão os meus conselhos.
Mas ouve com atenção, não queres. O que tu queres é o respeito e a admiração das outras pessoas e achas que ter coisas caras te vai trazer isso. No entanto, isso quase nunca acontece - especialmente com as pessoas que tu queres que te respeitem e admirem.
Quando vês alguém a conduzir um bom carro, provavelmente não pensas: "Uau, aquela pessoa é cool". Em vez disso, pensas: "Uau, se eu tivesse aquele carro, as pessoas pensariam que eu sou cool". Vês a ironia? Ninguém se importa com o tipo no carro. Diverte-te; compra coisas boas. Mas compreende que o que as pessoas realmente querem é respeito e a humildade acabará por te render mais do que a vaidade.
Na maior parte das vezes é, mas só até certo ponto – e esse ponto é mais baixo do que muitos pensam.
A vida das pessoas é um reflexo das experiências que tiveram e das pessoas que conheceram. Muito disto é motivado ou originado pela sorte, por acidente ou por acaso. Algumas pessoas nascem em famílias que encorajam a educação; outras são contra. Algumas nascem em economias prósperas que incentivam o empreendedorismo; outros nascem na guerra e na miséria. Eu quero que sejas bem-sucedido e quero que o mereças. Mas compreende que nem todo o sucesso se deve ao trabalho duro e nem toda a pobreza se deve à preguiça. Tem isto em mente ao julgar as pessoas, incluindo tu mesmo.
Não estou a falar de pobreza extrema, obviamente. Mas não há como aprender o valor do dinheiro sem sentir o poder da sua escassez. Esta escassez ensina a diferença entre o necessário e o desejável. Vai-te forçar a fazer um orçamento. Fará com que aprendas a aproveitar o que tens, reparar o que está avariado e procurar melhores preços. Estas são competências essenciais para a sobrevivência. Aprende isto e lidarás facilmente com os inevitáveis altos e baixos da vida financeira.
Vais passar a maior parte da tua vida adulta a pensar: "Assim que eu poupar/ganhar X euros, vai ser tudo ótimo." Eventualmente, atingirás os X euros e vais querer Y e começa tudo de novo. É um ciclo miserável. Poupa o teu dinheiro e esforça-te para seguir em frente. Mas compreende que a tua capacidade de te ajustares a novas circunstâncias é mais poderosa do que pensas e que os teus objetivos devem ser mais do que apenas o dinheiro.
Só porque fizeste uma escolha de carreira quando tinhas 18 anos. O teu pai fica estupefacto quando vê os caloiros da universidade a escolherem um curso que vai determinar as suas carreiras ao longo da vida. Nessa idade, quase ninguém sabe o que quer fazer. Muitos não sabem o que querem fazer quando têm o dobro dessa idade.
Já notei esta tendência: as pessoas pensam que dominam o investimento quando são jovens. Começam a investir aos 18 anos e pensam que já sabem tudo aos 19 anos. Mas não sabem. A confiança aumenta mais rapidamente que a capacidade, especialmente nos homens jovens. Aprende a mudar de ideias, a descartar velhas crenças e substitui-las por novas verdades. É difícil, mas necessário. Não te sintas mal por isto. A capacidade de mudar de ideias quando estás errado é um sinal de inteligência.
Dá-te opções e liberta-te de ter que depender das prioridades de outra pessoa. Um dia vais compreender que esta liberdade é uma das coisas que te faz realmente feliz.
E também de vendedores à comissão, mas principalmente dívida. É incrível a percentagem dos problemas financeiros causados por empréstimos. A dívida é uma antecipação ao teu futuro, do qual vais sentir sempre falta, para ganhares algo hoje, com o que te vais habituar rapidamente. Provavelmente, vais precisar de alguma dívida, como um crédito à habitação. Isso está bem. Mas tem cuidado. A maioria das dívidas é o equivalente a uma droga: uma dose rápida (e cara) de prazer que te afunda nos anos seguinte e te limita as opções.
Conheço um dentista que vive de salário em salário, sempre à beira da ruína financeira. Conheço outro que nunca ganhou mais de 50 mil dólares por ano e economizou uma fortuna. A diferença é inteiramente devida aos seus gastos.
O que tu ganhas não determina o que tu tens. E o que tu tens não determina o que precisas.
Não te tornes num acumulador de dinheiro ou num avarento. Mas compreende que aprender a viver com menos é a maneira mais fácil e eficiente de conseguires controlar o teu futuro financeiro.
Todos nós somos diferentes. O mundo em que tu vais crescer terá valores e oportunidades diferentes daquele em que eu cresci. Mais importante, vais aprender melhor quando discordares de alguém e fores forçado a aprender sozinho. (Por outro lado, ouve sempre a tua mãe.)
Agora, por favor, deixa-me dormir.