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Autoria
Jason Zweig
Jason Zweig

Artigo publicado a 4 de abril de 2023

As sete virtudes dos grandes investidores

No ano passado, na minha coluna no Wall Street Journal, escrevi uma série de artigos sobre os atributos essenciais que todos os grandes investidores parecem partilhar.

Esta série de artigos foi inspirada em parte pela afirmação de Benjamin Graham, no seu livro The Intelligent Investor, que a inteligência é um “atributo mais do carácter que do cérebro”. Tem também as suas raízes no ênfase constante, por parte de Warren Buffett e Charlie Munger, no “temperamento” e nas suas repetidas observações que os investidores com os QI’s mais elevados não conseguem, frequentemente, os retornos mais elevados. Por fim, é baseada nas minhas próprias décadas de observar e entrevistar os maiores investidores do mundo.

Tal como Ralph Waldo Emerson escreveu no seu ensaio “Experience”:

“O temperamento é o fio de ferro onde se enfiam as contas”

As sete virtudes dos grandes investidores são:

Curiosidade

A curiosidade é a primeira virtude no investimento. É o que nos permite encontrar e desenvolver todas as outras. Os investidores comuns têm medo daquilo que não sabem, como se navegassem o mundo com aqueles mapas antigos que alertavam “aqui há dragões”. Os grandes investidores têm medo do que sabem, porque estão alerta para o facto dessa informação ser enviesada, incompleta ou errada. É por isso que nunca se desviam da sua missão de aprender sempre mais.

Ceticismo

O principal produto da indústria financeira é a propaganda. E a propaganda com números, disfarçada com jargão, pode afetar os investidores como uma anestesia geral: lentamente vamos perdendo os sentidos enquanto os profissionais financeiros nos removem cirurgicamente o dinheiro…

Adormecer os investidores com números é uma tática de marketing normal na indústria financeira. É por isso que o ceticismo é uma das sete virtudes dos grandes investidores.

Independência

Sem independência, os investidores estão condenados à mediocridade. Qual é o nosso maior ativo como investidores? A nossa mente!

Se permitirmos que os outros pensem por nós, estamos a abdicar do nosso maior ativo – e tornamos os nossos resultados e emoções reféns dos humores de milhões de estranhos. E esses desconhecidos conseguem fazer coisas muito estranhas…

Humildade

Uma bênção paradoxal que conseguimos ter se, e apenas se, acreditarmos não a ter. quanto mais trabalharmos para atingir a humildade, mais nos temos de recordar que ainda não chegámos lá, arriscando-nos a ter orgulho em excesso por ser humildes.

Disciplina

Warren Buffett regressou do burburinho de New York para Omaha em 1956, onde começou a gerir dinheiro a partir da sua casa, numa rua sossegada.

O famoso investidor Sir John Templeton mudou-se para as Bahamas onde o Wall Street Journal chegava com dias de atraso. Ao ler as notícias uma semana mais tarde, Templeton conseguia pô-las em perspetiva e evitava reações precipitadas.

Paciência

A paciência deve ser medida, não em meses, mas sim em anos e décadas. Os investidores devem alargar os seus horizontes de investimento e ignorar os desapontamentos de curto prazo.

Coragem

Nenhuma destas virtudes nos ajudarão a superar os mercados mais negativos sem a coragem. Fazer um investimento corajoso, segundo o famoso historiador financeiro, William Bernstein, “causa aquele sentimento terrível no estômago quando estamos a remar contra tudo e contra todos.”


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