Excerto da carta a clientes do terceiro trimestre de 2021

“Pensar em investir a longo prazo é mais fácil de acreditar do que fazer. No investimento, na educação dos filhos, na construção de uma empresa, nos relacionamentos - em tudo o que verdadeiramente vale a pena e traz grandes recompensas – o longo prazo é o melhor aliado.  

A verdade é que o longo prazo é mais difícil do que a maior parte das pessoas julga e muito mais lucrativo do que podem imaginar. Como tudo o que vale a pena tem um preço, no investimento nem sempre é óbvio. Para além das capacidades exigidas, é necessário a mentalidade certa. O preço a pagar é aguentar com imensa coisa que não faz sentido, com problemas de curto prazo, com dados económicos maus de tempos a tempos, com muitas previsões e profecias de especialistas que inevitavelmente erram e conseguem justificar porquê.

Para além disso, para conseguirmos estar a longo prazo e beneficiar das maravilhas do rendimento composto, também é necessário convencermos o nosso cônjuge, os nossos colegas de trabalho, o nosso chefe – e todos com quem convivemos, que podem, num click, deitar por terra uma estratégia bem pensada a longo prazo e que já vem sendo executada e de repente é interrompida.

Os motivos podem ser muitos: 

• Os mercados estão em máximos e algures terão que cair (o que inevitavelmente acontecerá, mas não se sabe quando),
• A inflação vai disparar e consequentemente as taxas de juro,
• Vai haver um conflito ou eleições aqui ou ali…
• E tantos outros possíveis eventos que vivemos nos últimos 11 anos, desde que fundámos a Casa de Investimentos.

Se perguntarmos “Como se sentiria se as ações caíssem 30%?”, provavelmente o investidor imagina um mundo em que tudo o resto permanece igual ao que vemos hoje, exceto as cotações das ações. Se assim fosse, é quase certo que a esmagadora maioria das pessoas diria, “isso é que era uma boa oportunidade para comprar”. O grande problema é que para as ações caírem 30 ou 40%, é porque houve o Covid, um ataque terrorista ou uma crise financeira em que não se confia em ninguém e tudo o que se ouve e lê é negativo. Inevitavelmente, a tal estratégia de entrar se as ações caíssem 30 ou 40%, daria lugar ao pessimismo e à convicção de que as ações ainda cairiam mais. Nestes contextos, ao invés de queremos investir mais, temos uma mentalidade pessimista e não temos a capacidade que julgávamos para aproveitar e beneficiar desses momentos. 

Para nós, na Casa de Investimentos, o investimento em valor funciona. Comprar negócios excelentes - com vantagens competitivas duráveis e com equipas de gestão com provas dadas – a desconto do que valem, dá-nos o conforto necessário para estar no mercado e ter retornos satisfatórios a prazo.  O objetivo de comprar a desconto - a que chamamos a margem de segurança - é tornar a previsão desnecessária."